#13 🎬🏆📚 quando a literatura também leva o Oscar para casa

onde um livro é capaz de chegar?

mar 03, 2025

É clima de copa do mundo SIM 🍻 O primeiro Oscar brasileiro VEIO AÍ! “Ainda Estou Aqui” faz história vencendo o Oscar na categoria “Melhor Filme Internacional” - se você mora em território brasileiro em 3 março de 2025, a essa altura já foi impactado por essa notícia, ~~algumas~~ INÚMERAS vezes, certo?

Pois bem, a obra dirigida por Walter Salles, tornou-se o primeiro filme brasileiro a conquistar o prêmio. Portanto, vivemos um momento histórico no cinema nacional que - há décadas - busca este reconhecimento. Tudo isso, com o plus: é Carnaval no Brasil 🎉 a fórmula perfeita que só um brasileiro é capaz de entender.

Bom, não vou me estender falando sobre a premiação - para isso, aguardo a próxima edição da

Cyne News

🫶🏼 O ponto aqui é: será que está liberado dizer que essa também é uma comemoração da literatura? (SIMMM!) Isso porque o filme é uma adaptação do livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva.

Quem já leu as páginas do livro “Ainda Estou Aqui” sabe: a obra mergulha ainda mais profundamente nas memórias de Eunice Paiva, em uma trajetória que narra com detalhes e sensibilidade a trajetória de Rubens Paiva, torturado e assassinado pela ditadura militar.

o livro tem 296 páginas e foi publicado em 2015 pela editora Alfaguara.

Acolhendo os aspectos de dor, Marcelo traz uma escrita sensível ao nos mostrar a força de uma mulher, sua mãe, que se reinventou diante de um regime militar opressor que levou embora seu marido e pai de seus filhos. No filme, Walter Salles faz uma adaptação que, sem qualquer dúvida, honra brilhantemente essa história, dirigindo o elenco por meio de um olhar humano e sensível.

Ao ler o livro, é impossível não se colocar no lugar de Eunice em diversas passagens. No filme, o mesmo se repete - quem foi a uma sala de cinema assistir “Ainda Estou Aqui” sabe! Eu mesma passei mais tempo de tela em lágrimas do que esvaziando o balde de pipoca 🍿🥲 Tanto o livro como o filme nos sensibiliza não só à reflexão sobre um passado enquanto sociedade, mas principalmente sobre os valores de memória, justiça e democracia.

Este é o poder das histórias. Uma história bem contada que atravessou fronteiras e alcançou o que parecia impossível por tanto tempo 🏆 Portanto, nas páginas do livro ou na sala do cinema, narrativas potentes sempre encontram um caminho para emocionar os sensíveis. Ainda estamos aqui: comemorando ✨

Das páginas de livros para Hollywood: adaptações que conquistaram o Oscar

Me contive em citar outros cinco filmes favoritos indicados ao Oscar que também são adaptações de livro:

CONCLAVE (2025)
Aqui, temos uma adaptação no livro de Robert Harris, o filme é um thriller dirigido por Edward Berger, que mergulha nos bastidores da eleição papal - ganhou em 2025 na categoria “Melhor Roteiro Adaptado”
DUNA - Parte Dois (2025)
Um livro? VÁRIOS! A sequência da adaptação do clássico de ficção científica de Frank Herbert deu continuidade à saga no planeta Arrakis - tanto o primeiro como o segundo levaram estatuetas em mais de uma categoria.
OPPENHEIMER (2024)
Uma coleção de Oscar! Dirigido por Christopher Nolan, o filme é baseado na biografia "Oppenheimer: o triunfo e a tragédia do Prometeu americano" de Kai Bird e Martin J. Sherwin - além de “Melhor Filme”, outras categorias.
O SENHOR DOS ANEIS: O RETORNO DO REI (anos 2000)
Ao todo, a trilogia de Senhor dos Aneis ganhou nada mais, nada menos que 17 Oscars - só em 2004, foram 11 estatuetas - incluindo “Melhor Filme”. Baseado nos livros de J.R.R. Tolkien, com direção de Peter Jackson - como não premiar o maioral, não é mesmo? Espetáculo de literatura e cinema!
O SILÊNCIO DOS INOCENTES (1992)
Uma adaptação do livro de Thomas Harris, o filme de Jonathan Demme foi premiado no Oscar de 1992 em várias categorias, incluindo “Melhor Filme” e “Melhor Ator” - quem também é fã da atuação de Anthony Hopkins como Hannibal Lecter?

Walter Salles no Oscar entre gerações

Está aí um nome que já é consolidado na história do cinema mundial: Walter Salles. Em 1998, ele já tinha colocado o Brasil no Oscar com indicações em duas categorias: Fernanda Montenegro como “Melhor Atriz” e “Melhor Filme Internacional” - infelizmente, não deu.

Embora o filme não seja uma adaptação da literatura, há muita escrita na obra. Afinal, a personagem Dora, interpretada por nossa Fernandona, é uma professora que se dedica a escrever cartas para pessoas analfabetas na Estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro.

Duas décadas depois, Walter escala Fernanda Torres, filha da lenda Montenegro, para viver a protagonista Eunice Paiva em “Ainda Estou Aqui”. A história se repete: sem Oscar na categoria “Melhor Atriz” - mas com uma nação inteira vibrando por sua vitória. É aquilo…